terça-feira, 27 de novembro de 2012

EDGAR MORIN, O ARQUITETO DA COMPLEXIDADE

Sociólogo francês propõe a religação dos saberes com novas concepções sobre o conhecimento e a educação
Edgar Morin nasceu em 1921 em Paris. Seu nome verdadeiro é Edgar Nahoum. Fez os estudos universitários de História, Geografia e Direito na Sorbonne, onde se abordou do Partido Comunista, ao qual se filiou m 1941. Sua família é de origem judaica sefardita. A mãe de Edgar tinha um problema no coração e não podia engravidar, mas sua vontade de ser mãe era imensa, então ocultou esse problema do marido entretanto quando Edgar tinha 10 anos sua mãe morre e ele passa a ser criado pelo seu pai e pela sua tia Corinne Beressi, e como não tinha amizade pelo pai, passa a substituir a dor deixada pela falta da mãe pelos livros, é aí que nasce o espírito pesquisador de Edgar. Entre 1945 e 1948 casa- se com Violette Chapellaubeau com quem teve duas filhas: Irene e Veronique Nahum; É designado tenente-coronel e escreve seu primeiro livro intitulado “O Ano Zero da Alemanha”, dá baixa no exército; Edgar é convidado a trabalhar no jornal destinado aos prisioneiros de guerra. Teve papel ativo no movimento de resistência à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Depois do fim da guerra, participou da ocupação da Alemanha. Em 1949, distanciou-se do PC, que o expulsou dois anos depois. Ingressou no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), onde obteve um dos primeiros estudos etnológicos produzidos na França, sobre uma comunidade da região da Bretanha. Criou o Centro de Estudos de Comunicações de Massa e as revistas Arguments e Comunication. Em 1961 rodou o filme Crônica de um Verão em parceria com o documentarista Jean Rouch. Em seguida, fez uma série de viagens à América Latina. Em 1968 começou a lecionar na Universidade de Nanterre. Passou um ano no Instituto Salk de Estudos Biológicos em La Jolla, na Califórnia, onde acompanhou descobertas da genética. Redigiu em 1994, com o semiólogo português Lima de Freitas e o físico romeno Basarab Nicolescu, um manifesto a favor da transdisciplinaridade. Em 1998, demandou, com o governo francês, jornadas temáticas que ocasionaram o livro A Religação dos Saberes. Em 2002, a Justiça o condenou por difamação racial devido a um artigo no qual dizia que "os judeus, que foram vítimas de uma ordem impiedosa, impõem sua ordem impiedosa aos palestinos". Morin, que é judeu, pagou 1 euro como pena simbólica. Ainda diretor de pesquisas no CNRS, ele é doutor honoris causa em universidades de vários países e presidente da Associação para o Pensamento Complexo. Edgar Morin é um teórico e ativista da vida, do mundo e da educação, um educador, filosofo, sociólogo, aperfeiçoado em várias áreas do saber, um homem extraordinário que soube transformar a dor de várias perdas na vida em conhecimento, conquistando para todos os saberes e a complexidade da vida. Edgar tem um legado incomensurável de saberes, aprendizagens, lição de vida. É um educador e pesquisador que descortinou um mundo a nossa frente. 

PRÉ-HISTÓRIA DO SABER


O sociólogo francês protege a introdução da incerteza e da falibilidade na rigidez cultural do Ocidente. As restrições causadas pela compartimentação do conhecimento, de acordo com o educador, são responsáveis por manter o espírito humano em sua pré-história. Além disso, a tendência de aplicar conceitos abstratos vindos das ciências exatas e naturais ao universo humano resulta em desdém por aspectos como o ambiente, a história e a psicologia, entre outros. Um exemplo, diz o pensador, é a economia, a mais avançada das ciências sociais em termos matemáticos e a menos capaz de trabalhar com regularidades e previsões. Diante disso , a complexidade da vida mas ciências e nas atividades humanas precisa de uma recuperação imediata, portanto, Morin recomenda um pensamento crítico sobre o próprio pensar e seus métodos, o que implica sempre voltar ao começo, e, assim, se incorpora com o fato de o homem ser sempre incompleto - o aprendizado é para toda a vida.


 OUVIR OS JOVENS 


 Não existe espaço onde a fragmentação do conhecimento permaneça tão explícita quanto na escola, com sua estrutura tradicional de parcelamento do tempo em função de disciplinas se estagne. Por outro lado, a variedade de sujeitos e objetos em busca de vinculações fazem da sala de aula um fenômeno complexo, ideal para iniciar o processo de mudança de mentalidades defendida por Morin. A meta é a transdisciplinaridade.. Ouvir os alunos, espontaneamente sintonizados com o presente, é a melhor maneira de o professor investir na própria formação. Esse também é o caminho para arquitetar um fluxograma de ensino focado no próprio estudante e suas referências culturais, porque as grandes metas da educação deveriam ser o desenvolvimento da compreensão e da condição humana. Segundo Morin, o profissional mais preparado para operar essa mudança de abordagem é o professor generalista dos primeiros anos do Ensino Fundamental, por ter uma visão ampla do processo. 


SUAS PRINCIPAIS OBRAS 


 1946- Ano Zero da Alemanha; 1951- O Homem e a Morte; 1957-1962- Revista Argumentos; 1959- Autocrítica; 1965- Introdução à Política do Homem: argumentos políticos; 1968- Maio/68: A Brecha; 1969- Nova edição de Introduction A Une Politique de L’Homme; 1969- O Rumor de Orléans; 1969- o X da Questão: sujeito à flor da pele; 1974- A Unidade do Homem; 1973- O Paradigma Perdido: a natureza humana; 1975- Nova edição de Autocrítica; 1977- O Método 1: a natureza da natureza; 1978- Os Primatas e o Homem; O Cérebro Humano; Por Uma Antropologia Fundamental – Nova edição, desdobrada, da Unidade do Homem; 1980- O Método 2: a vida da vida; 1981- Para Sair do Século XX; 1982- Ciência com Consciência; 1983- Da Natureza da União Sovietica: Complexo Totalitário e Novo Império; 1984- Problema Epistemológico da Complexidade; 1984- A Rosa e o Negro; 1984- Ciência e Consciência da Complexidade; 1986- O Método 3: conhecimento do conhecimento; 1989- Vidal e os Seus; 1990- Pensar a Europa; 1990- Introdução ao Pensamento Complexo; 1990- Colóquio de Cerisy; 1991- O Método 4: as idéias; 1993- Terra Pátria; 1993- A Decadência do Futuro e a Construção do Presente; 1994- Meus Demônios; 1994- A Complexidade Humana; 1995- Ano Sìsifico; 1997- Amor, Poesia e Sabedoria; 1997- Uma Política de Civilização; 1998- A Cabeça Bem Feita: repensar a reforma e reformar o pensamento; 1998- Ética, Solidariedade e Complexidade; 1999- A Inteligência da Complexidade; 2000- Le Défi du Xxe. Siècle.Relier La Conaissance; 2000- Dialogue Sur La Nature Humaine; 2000- Relier les connaissances, Le Seuil; 2000- Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro; 2001- Jounal de Plozévet. Bretagne; 2001- O Método 5: a identidade humana; 2002- Pour une politique de civilisation, Paris, Arléa; 2002- Dialogue sur la connaissance, Entretiens avec des lycéens; 2003- La violence du Mond; 2003- Educar na Era Planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana; 2003- Les enfants du ciel: entre vide, lumière; 2003- Um Viandante dela complessitá, Morrin filosofo a Messina; 2004 – Diálogo sobre o Conhecimento.













SUAS CONQUISTAS, PRÊMIOS E HONRARIAS
  
Doutor Honoris das universidades vários países inclusive no Brasil; Vários prêmios internacionais, condecorações, medalhas, prêmio de Oficial da Ordem do Mérito da Espanha, homenageado com a Legião de Honra da UNESCO e da França. No México implantou o projeto do Multiversidade Mundo Real que leva seu nome e foi dedicada uma estátua em sua homenagem no prédio do Ministério da Educação. 


ESCOLA, ENSINO E APRENDIZAGEM 


Edgar Morin: "A escola mata a curiosidade" 

Educador francês acredita que instigar a curiosidade da criança é a melhor forma de despertá-la para o saber.
Se vivemos em um mundo complicado e interligado, e novas informações nos fazem, a toda hora, mudar de planos, por que a escola ainda teima em ensinar certezas e conhecimentos que parecem únicos e absolutos? Questões como essa induziram Edgar Morin a recomendar uma nova estrutura para a educação, que sugerisse também em uma reforma do pensamento. Nos anos 1990 ele foi convidado pelo Ministério da Educação de seu país para reestruturar o ensino secundário. A mudança não ocorreu, mas logo suas idéias tomaram corpo e ultrapassaram as fronteiras da França. A convite da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Morin fez um estudo sobre quais seriam os temas que não poderiam faltar para formar o cidadão do século 21. Assim nasceu Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, texto esse que serviu de base para a elaboração de nossos Parâmetros Curriculares Nacionais, entre outros documentos. Mas o que tem essa proposta de diferente? Ela coloca o ser humano e o planeta no centro do ensino. "É preciso aprender sobre a condição humana, a compreensão e a ética, entender a era planetária em que vivemos e saber que o conhecimento, qualquer que seja ele, está sujeito ao erro e à ilusão", adverte Morin. Nesta entrevista ele explica um pouco seu pensamento e diz que a reforma mais ampla no ensino aprendizagem pode começar a ser feita em cada sala de aula. 

O senhor costuma comparar o nosso planeta a uma nave espacial, em que a economia, a ciência, a tecnologia e a política seriam os motores, que atualmente estão danificados. Qual o papel da educação nessa espaçonave?

Ela teria a função de trazer a compreensão e fazer as ligações necessárias para esse sistema funcionar bem. Uso o verbo no condicional porque acho que ela ainda não desempenha esse papel. O problema é que nessa nave os relacionamentos são muito ruins. Desde o convívio entre pais e filhos, cheio de brigas, até as relações internacionais — basta ver o número de guerras que temos. Por isso é preciso lutar para a melhoria dessas relações. 

O que é preciso mudar no ensino para que o nosso planeta, ou a nave, entre em órbita? 

 Um dos principais objetivos da educação é ensinar valores. E esses são incorporados pela criança desde muito cedo. É preciso mostrar a ela como compreender a si mesma para que possa compreender os outros e a humanidade em geral. Os jovens têm de conhecer as particularidades do ser humano e o papel dele na era planetária que vivemos. Por isso a educação ainda não está fazendo sua parte. O sistema educativo não incorpora essas discussões e, pior, fragmenta a realidade, simplifica o complexo, separa o que é inseparável, ignora a multiplicidade e a diversidade. 


 O senhor então é contra a divisão do saber em várias disciplinas? 

 As disciplinas como estão estruturadas só servem para isolar os objetos do seu meio e isolar partes de um todo. Eliminam a desordem e as contradições existentes, para dar uma falsa sensação de arrumação. A educação deveria romper com isso mostrando as correlações entre os saberes, a complexidade da vida e dos problemas que hoje existem. Caso contrário, será sempre ineficiente e insuficiente para os cidadãos do futuro. 


Na prática, de que forma a compreensão e a condição humana podem estar presentes em um currículo? 


Ora, as dúvidas que uma criança tem são praticamente as mesmas dos adultos e dos filósofos. Quem somos, de onde viemos e para que estamos aqui? Tentar responder a essas questões, com certeza, vai instigar a curiosidade dos pequenos e permitir que eles comecem a se localizar no seu espaço, na comunidade, no mundo e a perceber a correlação dos saberes. 

 Mas uma pergunta como "quem somos?" não é fácil de responder

E não precisa ser respondida. É a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos que tornam o assunto interessante. Podemos ir pelo social — somos indivíduos, pertencentes a determinadas famílias, que estão em uma certa sociedade, dentro de um mundo que tem passado, história. Todos temos um jeito de ser, um perfil psicológico que também dá outras informações sobre essa questão. Mas também somos seres feitos de células vivas — entramos na biologia —, que são formadas por moléculas — temos então a química. Todas essas moléculas são constituídas por átomos que vieram de explosões estelares ocorridas há milhões de anos... E assim por diante. Sempre instigando a curiosidade e não a matando, como freqüentemente faz a escola. 


 Como temas tão profundos podem ser tratados sem que a aula fique chata? 

É só não deixar enjoativo o que é por natureza passional. Um jornal francês de literatura fez uma pesquisa entre os alunos e descobriu que até os 14 anos os jovens gostam de ler e lêem muito. Quando vão para o liceu, lêem menos. É verdade que eles começam a sair mais de casa e ter outros interesses, mas um dos principais motivos é que os professores tornam a literatura chata, decupando-a em partes pequenas e analisando minuciosamente o seu vocabulário, em vez de dar mais valor ao sentido do texto, à sua ação. Nada mais passional do que um romance, nada tão maravilhoso quanto a poesia! Nada retrata melhor a problemática humana do que as grandes obras literárias. Os saberes não devem assassinar a curiosidade. A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel. 


A literatura e as artes deveriam ter mais destaque no ensino? 

 Sem dúvida. Elas poderiam se constituir em eixos transdisciplinares. Pegue-se Guerra e Paz, de Tolstói, por exemplo. O professor de Literatura pode pedir a seu colega de História para ajudá-lo a situar a obra na história da Rússia. Pode solicitar a um psicólogo, da escola ou não, que converse com a classe sobre as características psicológicas dos personagens e as relações entre eles; a um sociólogo que ajude na compreensão da organização social da época. Toda grande obra de literatura tem a sua dimensão histórica, psicológica, social, filosófica e cada um desses aspectos traz esclarecimentos e informações importantes para o estudante. Todo país tem suas grandes obras e certamente também os clássicos universais servem para esse fim. 


 O professor deve buscar sempre o trabalho interdisciplinar? 

 Ele deve ter consciência da importância de sua disciplina, mas precisa perceber também que, com a iluminação de outros olhares, vai ficar muito mais interessante. O professor pode procurar ter essa cultura menos especializada, enquanto não existir uma mudança na formação e na organização dos saberes. O professor de Literatura precisa conhecer um pouco de história e de psicologia, assim como o de Matemática e o de Física necessitam de uma formação literária. Hoje existe um abismo entre as humanidades e as ciências, o que é grave para as duas. Somente uma comunicação entre elas vai propiciar o nascimento de uma nova cultura, e essa, sim, deverá perpassar a formação de todos os profissionais. 


Como o professor vai aprender a trabalhar de forma conjunta? 

 Ele vai se autoformar quando começar a escutar os alunos, que são os porta-vozes de nossa época. Se há desinteresse da classe, ele precisa saber o porquê. É dessa postura de diálogo que as novas necessidades de ensino vão surgir. Ao professor cabe atendê-las.  

Como acontece uma grande reforma educacional? 

Nenhuma mudança é feita de uma só vez. Não adianta um ministro querer revolucionar a escola se os espíritos não estiverem preparados. A reforma vai começar por uma minoria que sente necessidade de mudar. É preciso começar por experiências pilotos, em uma sala de aula, uma escola ou uma universidade em que novas técnicas e metodologias sejam utilizadas e onde os saberes necessários para uma educação do futuro componham o currículo. Teríamos, desde o começo da escolarização, temas como a compreensão humana; a época planetária, em que se buscaria entender o nosso tempo, nossos dilemas e nossos desafios; o estudo da condição humana em seus aspectos biológicos, físicos, culturais, sociais e psíquicos. Dessa forma começaríamos a progredir e finalmente a mudar.  

Como tratar temas tão profundos como o estudo da condição humana nos diversos níveis de ensino? 

Os professores polivalentes da escola primária são os ideais para tratar desses assuntos. Por não serem especialistas, têm uma visão mais ampla dos saberes. Eles podem partir da problemática do estudante e fazer um programa de ensino cheio de questões que partissem do ser humano. O polivalente pode mostrar aos pequenos como se produz a cultura da televisão e do videogame na qual eles estão imersos desde muito cedo. Já a escola que trabalha com os jovens deve dedicar-se à aprendizagem do diálogo entre as culturas humanísticas e científicas. É o momento ideal para o aluno conhecer a história de sua nação, situar-se no futuro de seu continente e da humanidade. Às universidades caberia a reforma do pensamento, para permitir o uso integral da inteligência. 


 SABERES INDISPENSÁVEIS 

Em sua defesa da religação dos saberes, Morin tocou numa inquietação lançada nos dias atuais, quando a tecnologia permite um acesso inédito às informações. Por isso a Organização das Nações Unidas pediu a ele uma relação dos temas que não poderiam faltar para formar o cidadão do século 21. Edgar Morin nos enche de tanto saber,
portanto nasceu o texto Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. A lista começa com o estudo do próprio conhecimento. O segundo ponto é a pertinência dos conteúdos, para que levem a "apreender problemas globais e fundamentais". Em seguida vem o estudo da condição humana, entendida como unidade complexa da natureza dos indivíduos. Ensinar a identidade terrena é o quarto ponto e refere-se a abordar as relações humanas de um ponto de vista global. O tópico seguinte é enfrentar as incertezas com base nos aportes recentes das ciências. O aprendizado da compreensão, sexto item, pede uma reforma de mentalidades para superar males como o racismo. Finalmente, uma ética global, baseada na consciência do ser humano como indivíduo e parte da sociedade e da espécie. Diante tanto conhecimento, eis aqui uma obra que perpassa muito sobre as concepções da Educação: Os Sete Saberes para Educação do Futuro, que traz alguns tópicos pertinentes: 

Erro e a Ilusão, o autor descreve que a educação visa conduzir o conhecimento humano e quando conduzimos, passamos também nossa ilusão e com isso erros na informação. Saber Pertinente, é o conhecimento que permita juntar saberes, permitindo fundar relações como diz Morin (2000) “entre o global, o multidimensional e o complexo”. Ensinar a Condição Humana, Morin assegura que a educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, situado na condição humana. Conhecer o humano é, antes de mais nada, situá-lo no universo, e não separá-lo dele como vimos nos capítulos anteriores. Ensinar a Identidade Terrena, de acordo com segundo Morin ensinar a identidade terrena é aprender a estar na terra, significa aprender a viver, a comunicar, a dividir. Por isso, é necessário ensinar a Era Planetária mostrando como as partes do mundo podem ser solidárias retratando também que existiram e existem problemas que comprometem a humanidade. Enfrentar as Incertezas, Morin garante que é imprescindível ensinar estratégias através das quais as pessoas poderão enfrentar o inesperado e os imprevistos. O autor diz que é importante aprendermos a lidar com as incertezas do conhecimento. Para Morin (2000) ‘’é preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélago de certeza’’. Ensinar a Compreensão, alude em envolver a comunicação humana a identidade terrena numa visão planetária. Buscando entender a educação e compreende-la em uma grandeza em que conviemos no mesmo mundo, e aprendemos o valor dele, dimensionando que tudo estar liga e interligado em todos os sentidos, visando à importância da educação e os saberes para compreender os diversos níveis da complexidade em que vivemos, tornando-as um objetivo comum que é a educação para humanidade. Ética do Gênero Humano, isto é a antropo-ética quer dizer a ética do indivíduo, da sociedade e da espécie, formando uma trindade que não podem ser separadas, porque a ética depende da cultura e da natureza humana. 

O que Edgar Morin nos deseja dizer nos sete saberes sobre a educação, é que devemos nos ajudar numa educação complexa que interligue todos os buracos deixados soltos por muito tempo, para podermos ter uma consciência crítica e cuidarmos do planeta em que vivemos. Afinal, estamos na Era Planetária, e só uma educação complexa poderá nos transformar e é nos transformando que poderemos modificar a sociedade e consequentemente cuidar do planeta com todas às suas complexidades, inclusive a nós mesmos, que fazemos parte dessa grande nave como Morin mesmo nos sinaliza. 


GALERIA DE VÍDEOS 

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS









 


 



GRADUANDOS 

Cora Corinta 
Gustavo Menezes 
Ionara Oliveira
Ivanildes Purificação 
Rafaela Gonçalves

Um comentário:

  1. Na seguencia da leitura sobre Edgar Morin cometaria que quando a nossa equipe o escolheu para relatar eu estremeci: "temos certeza que vamos lidar com a leitura deste ideologo da educação?!!" E disse para mim mesma - está posto o desafio. Le-lo é por certo um desafio. E sobre isto ainda em 1995 quando se não me engano chegou para nós o Morin traduzido do frances eu estava iniciando o meu mestrando em educação e já ali não conseguir le-lo; melhor dito, a escritura dele não me atraia e tampouco eu estivesse interessada em faze-lo.
    Agora diante da realização deste trabalho academico decidi iniciar um entendimento sobre o meu "desprezo" à construção academica dele e para tanto intitularia a minha leitura iniciatica, SUPERFICIAL E RASTEIRA como: morin: o freireano às avessas.
    MORIN O FREIREANO AS AVESSAS, é um pouco das minhas lembranças sobre o meu histórico distanciamento da sua ideologia educacional e atualmente de uma primeira investida de leitura do seu livro capital - "Sete saberes necessários a educação do futuro" da edição publicada no Brasil pela Editora Cortez em 2011 (São Paulo). Logo no prefácio desta edição há uma glamurosa apologia a este livro pela comissão organizadora do evento que por suposto Morin havia sido convidado para palestrar. Tratava-se da "Conferencia Internacional sobre os sete saberes necessários a educação do presente". Realizada na cidade de Fortaleza no periodo de 21 a 24 de setembro de 2010. No prefacio desde a realização desta conferencia a comissão organizadora enfatiza que "... deve ser promovido nas educações institucionais dos países..." tal livro.
    O tom enfático sugestivo de tomá-lo como um livro religioso no sentido de que estaria acima de qualquer pontuação acentuaria a minha leitura: o que diz este ideologo que ecooa pelo menos no caso dos organizadores do evento acima referido e mesmo de parte dos seus seguidores em particular no Brasil sugestivo a uma posição religiosa de baixarmos a cabeça e batermos com ela no chão consagrando-o como o salvador da educação brasileira...
    Estranho pois iniciando a leitura do livro, e repito uma leitura ainda superficial indaguei: mas o que ele diz é uma leitura de Freire revisitada e não identifiquei que ele o citasse como fonte. Também ele fala sobre a condição humana e não identifiquei que ele referisse a filosofa Hannah Arendt. Inquestionavelmente as criticas que ele faz a produção do conhecimento científico no ocidente é sempre bem vinda entretanto se não me equivoce ele segue fazendo uma apologetica homenagem a ciencia e da sua presença entre nós e os outros conhecimentos servindo a ela.
    Ademais se também conseguir apreender ele é um descendente de Rousseau e fazer uma leitura de Morin é sem dúvidas reler a posição desse filosofo...

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