terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dermeval Saviani


Dermeval Saviani

 Filosofo e pedagogo brasileiro

 



Nasceu na cidade de Santo Antônio de Posse, SP, em 25 de dezembro 1943. Hoje com 69 anos.Considerado filósofo da educação e/ou pedagogo latu sensu, fundador de uma pedagogia dialética, que denominou Pedagogia Histórico-Crítica.
Saviani formou-se em Filosofia pela PUC-SP em 1966 e doutorando-se em filosofia da educação na mesma instituição. Lecionou também na Universidade Federal de São Carlos e desde 1980 na Unicamp, da qual tornou-se professor emérito.
Buscou esclarecer, no campo da teoria educacional, as relações entre a educação e a política, além do alcance da atuação política na prática educativa e qual seria a especificidade da educação - certamente uma contribuição da mais importantes.
Em sua obra de maior repercussão no Brasil, Escola e Democracia, Dermeval Saviani afirma não existir uma identidade entre educação e política, embora ambas se constituam em fenômenos inseparáveis e prevaleça a distinção entre a dimensão política na educação e a dimensão da prática educativa.
Suas obras
 
  • Escola e Democracia, São Paulo: Cortez Autores Associados, 1986.
  • Educação - Do Senso Comum a Consciência Filosófica, São Paulo: Cortez Autores Associados, 1980.
  • Ensino Público e Algumas Falas sobre Universidade, São Paulo: Cortez Autores Associados, 1985. 
  • Política e Educação no Brasil-O Papel do Congresso Nacional na Legislação do Ensino, São Paulo, Cortez, 1987
  • Sobre a Concepção de Politécnica Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 1989
  • A Questão Pedagógica na Formação de Professores, Florianópolis: Endipe, 1996
  • A Nova Lei da Educação-Trajetória, Limites e Perpectivas, Campinas: Autores Associados, 1999
  • Pedagogia Histórico-Crítica, primeira aproximações, Campinas: Autores Associados, 2000
  • A Pós-Graduação em Educação no Brasil, Florianópolis/São Paulo: UFSC/Cortez, 2002





 
Escola e Democracia - Resenha
Dermeval Saviani
Este livro é uma das principais obras de Dermeval Saviani, publicado em 1983 e apesar de 29 anos de lançado é uma obra que retrata a relação educação e sociedade na atualidade. Esta obra tem como objetivo encaminhar de modo explicita a discussão das relações entre educação e política, com a expectativa de auxiliar professores e alunos na busca de uma compreensão mais sistemática e crítica das diferentes teorias da educação. O livro a principio reproduz o artigo “As teorias da educação e o problema da marginalidade na America Latina” publicado originalmente pela Fundação Carlos Chagas. Logo em seguida aborda os artigos “Escola e Democracia ou a “Teoria da Vara! ANDE,1981 e “Escola e democracia: para além da teoria da curvatura da vara”, ANDE,1982.
Saviani analisa a intervenção das diferentes teorias pedagógicas na questão de uma sociedade marginalizada, e retrata um de seus principais objetivos, desenvolver um olhar crítico-político-educacional. Criticando a teoria da Curvatura da Vara em busca de seu equilíbrio ideal e compreender a Pedagogia Histórico-Crítica que de certa forma foi desenvolvida pelo mesmo, está pedagogia é um marco na educação brasileira, porém pouco praticada no cotidiano escolar.
 “Escola e Democracia” remete-nos a uma reflexão ampla, sobre a questão da educação, que nos ajuda a identificar as causas da marginalidade, a relação escola-sociedade e o papel do professor. Assim como o conteúdo aplicado na Pedagogia Tradicional, Nova e Tecnicista, que são as principais teorias abordadas por Saviani, este livro levanta questões de dois grupos de opiniões opostas.
O primeiro grupo é o das Teorias Não-Críticas, classificadas como a Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista. Este grupo entende que a educação é capaz de acabar com a marginalidade a qual está atrelada a ignorância, pois é visto como marginalizado quem não é esclarecido. Contudo, para a Pedagogia Nova, marginalizado não propriamente é o ignorante, mas o rejeitado o excluído. Essas teorias veem a marginalidade como um desvio de conduta, um fenômeno peculiar que deve ser corrigido, sendo a educação um instrumento de correção de desvios que desenvolve ao mesmo tempo uma margem de autonomia com relação à sociedade.
No segundo grupo, o das Teorias Crítico-Reprodutivistas, subdivididas em Teoria do Sistema de Ensino como Violência Simbólica, Teoria da Escola como Aparelho Ideológico de Estado (AIE) e Teoria da Escola Dualista. Nessas teorias a marginalidade é vista como um problema social e a educação dispõe de autonomia em relação à sociedade, com a eficácia de intervir na sociedade transformando-a, tornando-a melhor, corrigindo as injustiças, promovendo a equalização social.
O significado da “metáfora Teoria da Curvatura da Vara”
Saviani justifica que a metáfora da Curvatura da Vara é um processo de tentativa de ajustes da educação: “quando a vara está torta, ela fica curva de um lado e se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É preciso curvá-la para o lado oposto”. Esta metáfora foi enunciada por Lênin (Althusser, 1977, pp. 136-138). Saviani puxa propositadamente a vara para o lado oposto, na esperança desta vir para o centro, que não é nem a Escola Tradicional, nem a Escola Nova, mas sim no da valorização dos conteúdos, que remetem a uma pedagogia revolucionária.
“Uma teoria pedagógica mais satisfatória para as classes populares”
Para Saviani “quanto mais se falou em democracia no interior da escola, menos democrática foi à escola; e de como, quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve articulada com a construção de uma ordem democrática”. Hoje nós sabemos que quem se beneficiou com a democracia dentro das escolas não foi o povo, não foram os proletariados, essas experiências ficaram restritas a pequenos grupos, e nesse sentido elas se constituíram em privilégios para os privilegiados, legitimando as diferenças. Em que o povo continua a serem educados basicamente pelo método tradicional, mais do que isso, não só continuam a ser educados, à revelia dos novos métodos como jamais os reivindicam. (Saviani. 1986, págs.52,53)
Ainda hoje os pais das crianças pobres têm uma consciência muito clara de que o aprendizado implica na aquisição de conteúdos mais ricos, que a aquisição não se dá sem esforço, não se dá por método espontâneo, acreditam que para aprender tem que ter disciplina e em função disso exigem do professor disciplina, delegando ao professor o papel de fazer com a  criança queira aprender mesmo que contra a vontade da mesma, para que ela tenha chance de participar da sociedade.
Ensino X Aprendizagem
Partindo-se da crítica à Pedagogia Tradicional, Saviani defende uma pedagogia ativa, centralizada na troca de conhecimentos e na iniciativa dos alunos. Com as propostas do escolanovismo (métodos sofisticados, escolas bem equipadas, etc), seria válido adaptá-las às camadas populares, nas quais se encontra as maiores dificuldades de aprendizagem. A escola deve ser valorizada a partir de uma pedagogia articulada que alcance o interesse educacional do povo.
Nessa escola “para o povo”, os métodos ultrapassariam os tradicionais e os novos, seriam métodos que levassem em conta em primeiro lugar os interesses dos alunos, sem abrir mão da iniciativa do professor. Tais métodos não seriam ecléticos, mais com o propósito de manter laços entre educação e sociedade, em que o ponto de partida do ensino seria a prática social, fazendo acontecer uma transformação social (escola-família-sociedade), promovendo uma educação igualitária. (Saviani. 1986, pág.73)
"A especificidade da escola” (A especificidade é um dos fatores que constituem a qualidade.)





O papel da escola toma corpo ao longo da própria história, ao enfatizar o mundo da cultura, o mundo produzido pelo homem, assim a escola toma conta de um conhecimento elaborado. Assim sendo, a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado dos conhecimentos. 
 A teoria pedagógica Histórico-Crítica foi criada por Saviani para mostrar que é possível fazer uma educação mais igualitária, mesmo numa sociedade capitalista, na qual a escola é determinada socialmente, uma educação que não seja, necessariamente, reprodutora da sociedade e dividida em classes  com interesses opostos. Considerando que a classe dominante não tem interesse na transformação histórica da escola, ela apenas está empenhada na preservação do seu domínio. 
Segundo Saviani, a Pedagogia Histórico-Crítica foi desenvolvida para dar substância concreta a essa bandeira de luta contra a seletividade, descriminação e do rebaixamento do ensino das camadas populares, e sim a favor da igualdade educacional de forma que ela seja apropriada, fato que a torna crítica, acredita que a educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua própria transformação, fato que a torna histórica. 
Para Saviani libertar e entender a história da educação é provocar questões que exercem o poder político no interesse da escola e da vida social do individuo. É importante se conhecer a história da educação e as suas influências políticas que favorecem o caminho de uma educação critica e consciente que permite ao homem ser livre na sociedade em que vive. Assim sendo o educando o responsável em ser um transformador desta realidade educacional. O que Saviani definiu como Pedagogia Histórico-Crítica, é uma teoria que precisa reconhecer que a educação é determinada socialmente, mas também admitir que ela possa transformar as condições sociais. 
 “As teses sobre educação e política propostas” 






Saviani propõe onze teses sobre educação e política, nas quais explica que educação e política são fenômenos diferentes entre si, ao mesmo tempo em que são inseparáveis, não deixando de ressaltar a existência da sociedade de classes. 
Como podemos observar educação e política são práticas distintas as quais não devemos confundi-las, o que poderia resultar em pedagogismo político, o que acabaria numa escola a serviço de um grupo burguês. Contudo, para que a escola seja um ambiente de democratização, de discussão, participação social e de cidadania, devemos exercer nossa consciência crítica, mesmo com os obstáculos que encontramos no caminho como educadores. 
Em “Escola e Democracia” Saviani indiretamente conclui que política e educação são faces opostas da mesma moeda, a prática social. Sendo assim, podemos definir a educação como uma prática idealista e a política como uma prática realista, mas que podem coexistir pacificamente, desde que se respeitem as diferenças. É importante ressaltar que: educação e política se interpenetram e não estão isentas uma da outra; que, por mais neutra que pareça a prática docente, ela carrega um sentido político quando tomada em relação ao todo, ainda que esse sentido não se revele, não seja intencional e passe despercebido pelo professor e demais educadores.
 






 Bibliografia
Saviani. Dermeval. Biográfia. Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dermeval_Saviani. Acesso 18/11/2012 
Pedagogia ao pé da letra. Resenha do livro Educação e Democracia. Disponível em: http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/resumo-do-livro-escola-e-democracia-e-pedagogia-historico-critica-de-demerval-saviani/ Acesso 15/11/2012
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Ed. Cortez. Ed. Autores Associados, 1986. (Col. Polêmicas do Nosso Tempo; 14º edição).

Video Cidadania e Democracia Escola do Povo



http://www.youtube.com/watch?v=t0QC7QbSo54



















 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário